O primeiro contato de Armindo Vieira Junior com a apicultura foi aos 8 anos de idade. Na época, seu pai tinha ganhado um favo de mel do irmão e rapidamente se apaixonou pelo produto e decidiu aprender sobre o setor e a produção da matéria-prima. Armindo assistiu todo o curso de apicultura ao lado do pai. Dali em diante, os dois iniciaram juntos uma colmeia no sítio da família, em Minas Gerais, em 1983. Naquele tempo, o pai de Armindo tinha uma loja de materiais de construção, e o que era produzido de mel, na única colmeia da casa, era oferecido como brinde aos clientes.
No canto do balcão, a família de Vieira nem imaginada o potencial do mel e a lucratividade que o insumo poderia gerar, mas os clientes sim. Foi aí que o pai de Armindo descobriu algo inusitado: 1 quilo de mel valia mais do que 100 sacos de cimento.
“Foi nesse momento que resolvemos incrementar e trabalhar profissionalmente com apicultura. Colocamos mais colmeias no sítio, investimos em caixas-iscas, que servem para o recolhimento das abelhas, e outros subsídios para a apicultura, e assim fundamos a Cia. da Abelha”,
relembra Armindo Vieira, que desde então passou a trabalhar com o pai no setor.
O empresário conta que todo o lucro da empresa era investido na produção de mel. Inicialmente eles tinham 40 colmeias, que cresceram para 800. A produção também aumentou: de 2 toneladas, para as 30 toneladas de mel, produzidas hoje. Além disso, a Cia. Da Abelha tem hoje 80 pontos de venda.
“Com mais experiência e entendimento do mercado, passamos a investir em capacitação, na venda de maquinário e equipamentos de proteção. A demanda por mel cresceu, mas a produção não acompanhava. Percebi um nicho de mercado. Havia carência na formação de novos apicultores”
Foi aí que nasceu a Escola de Apicultura. Em 2018, depois de 10 anos oferecendo cursos presenciais, a instituição fundada por Armindo aderiu à modalidade de cursos on-line. Em 2021, o professor chegou a alcançar 7.200 alunos matriculados. Além da escola, empresa também passou a investir em uma série de produtos oriundos do mel: o própolis, pólen, geleia, entre outros.
“Hoje, produzimos 2 toneladas por ano de própolis, em especial do própolis verde. Parte desse produto é vendido no mercado interno, e a outra parte é exportado, por meio de entrepostos e cooperativas”.
Em 2021, o professor, como é conhecido pelos seus alunos do setor, chegou a faturar R$ 2,5 milhões de reais com a produção de mel orgânico e os seus cursos on-line sobre apicultura, e a projeção para o final do ano de 2022 é atingir a meta de R$5 milhões.
As dicas do Armindo
- A primeira dica para quem quer iniciar no ramo é buscar conhecimento. Isso é fundamental para desenvolver a atividade porque reduz as possibilidades de erros e fracasso.
- Outra dica é trabalhar com todos os equipamentos de segurança. As pessoas, de maneira geral, ainda improvisam equipamentos como roupas, macacões, luvas e até aparelhos de fumaça. Isso é muito ruim porque não se trabalha com tranquilidade. Se a pessoa não improvisa no equipamento de segurança ela não improvisa no manejo.
- A terceira dica é enfrentar o medo da apicultura. De maneira geral, as pessoas têm medo de abelha, isso é cultural, até por questão de filmes. Mas eu comparo o medo de abelha ao medo de dirigir ou até fazer rapel. Para enfrentar o medo o conhecimento é essencial porque permite que o produtor enfrente a situação com tranquilidade. No início pode até dar uma ansiedade, mas a partir do momento em que se trabalha com uma colônia de 100 mil abelhas você ganha força para enfrentar qualquer dificuldade na vida.
- Finalmente, a abelha traz o desafio perante a suas limitações e isso também dá a você o poder de fogo para enfrentar tudo no seu empreendimento. Isso te empodera, te dá força pra alcançar o resultado da super produção e super faturamento na apicultura.