A Maria Selma Mata hoje é chefe de cozinha, dona de uma rede de restaurantes, mas já passou por muitas dificuldades para sustentar os cinco filhos. Essa história de empreendedorismo e superação começa em Ipiaú, no interior da Bahia. Quando a Maria Selma ainda era adolescente, chegou a abrir um restaurante na garagem de um vizinho e a vender quentinhas de porta em porta em Salvador. Já em São Paulo, ela foi morar em uma comunidade, trabalhava em casa de família e entrou em depressão. Um dia assistindo um programa de TV sobre culinária, percebeu que sua única saída era fazer o que amava: cozinhar.
“Eu precisava acreditar em mim, que a minha habilidade ia me tirar daquela situação”.
Foi para o Rio de Janeiro, vendeu sanduíches na praia, casou-se pela segunda vez e acabou vivendo por 11 anos no exterior. Trabalhou em restaurantes da América Central, do México, dos EUA e da China, mercados em que adquiriu a experiência no segmento de fast food. De volta ao Brasil, começou a atuar na área de eventos e decidiu realizar o sonho de estudar gastronomia. O curso do Senac foi pago com o dinheiro da venda de um carro. “Não tinha apoio financeiro do meu marido, levei muito tempo para convencê-lo de que eu poderia ganhar dinheiro com a cozinha. Para comprar o material, os livros, tudo o que precisava, fazia sanduíches e vendia para os colegas da turma”, conta. Mesmo com o país mergulhado em uma grave crise econômica, Selma não desperdiçou a chance de abrir a empresa. “Não investi milhões, tive oportunidade de firmar parcerias. E a vantagem de nunca ter feito dívidas. Com isso, pude negociar valores”.
Desde 2016, ela está à frente da rede de restaurantes Champion Fried Chicken, no Rio de Janeiro, que registrou faturamento de R$ 3,4 milhões no período. A Maria Selma tem 100 funcionários e pretende abrir mais 3 restaurantes até dezembro. Para 2018 planeja a abertura de outras cinco lojas no modelo de franquia.Para Maria Selma, qualquer pessoa é capaz de aprender a cozinhar, desde que coloque o amor em primeiro lugar. “Cozinha é amor. Todo mundo pode cozinhar, mas tem que ter vontade, técnica, percepção e, sobretudo, amor”.
-Amor pelo que faz
-Disposição para aprender
-Inovação
-Cuidado para evitar dívidas