Ex diarista opta pelo MEI para abrir empresa de higienização de estofados

21 de maio de 2020 por Vanessa Brollo

Quando decidiu empreender, o MEI (microempreendedor individual) foi a opção da Margarete Mendes para formalizar o negócio. Ela era diarista e quando foi demitida da empresa em que trabalhava, em fevereiro, decidiu aproveitar a experiência que tinha com a utilização dos equipamentos de limpeza para se tornar empresária e fazer a locação de máquinas e produtos, além de realizar o serviço. A empresa JM localização e higienização faz a limpeza de estofados, em sofás, carros, tapetes e colchões em ambientes residenciais e comerciais e veículos.  “Resolvi aproveitar esse conhecimento e abrir a minha própria empresa. Quis aproveitar um momento em que a higienização se tornou uma necessidade em meio à pandemia. Fazemos um trabalho que renova os estofados e elimina os ácaros e bactérias”. 

Para a abertura do negócio, ela investiu seu dinheiro na compra das máquinas e dos produtos, além de fazer a divulgação de seus serviços e personalização dos materiais. Apesar da necessidade de limpeza, ela afirma que tem encontrado algumas dificuldades em contratar novos clientes. “Começamos com uma boa demanda, mas ela sofreu uma queda porque alguns clientes tem evitado qualquer tipo de visita em casa. Realizamos todos os procedimentos de segurança e sigo na divulgação da empresa. Acredito que é uma área com um bom potencial de crescimento”, avalia.

Sobre o MEI

Criado como figura jurídica há mais de 10 anos, o MEI nasceu para incentivar a formalização de pequenos negócios e de trabalhadores autônomos como vendedores, doceiros, manicures, cabeleireiros, eletricistas, entre outros, a um baixo custo. Podem aderir ao programa os negócios que faturam até R$ 81 mil por ano (ou R$ 6,7 mil por mês) e têm, no máximo, um funcionário.

O registro de MEI permite ao microempreendedor ter CNPJ, emitir notas fiscais, alugar máquinas de cartão e acessar empréstimos com juros mais baratos. Ele também pode vender seus produtos ou serviços para o governo, e receber apoio técnico do Sebrae. Além disso, as políticas públicas do MEI simplificaram os processos de abertura e baixa do CNPJ. O tempo médio para se abrir um MEI gira em torno de 1 dia enquanto o tempo médio do processo de baixa é de aproximadamente 3 dias. Todo processo é realizado no Portal do Empreendedor.

A formalização como microempreendedor individual (MEI) continua sendo uma alternativa para geração de renda durante a crise, principalmente, para quem busca driblar a falta de emprego e sair da economia paralela. Recentemente, o número de MEI alcançou a marca histórica de 10 milhões de empreendedores, sendo 628.159 no Paraná, de acordo com o Portal do Empreendedor.

Para a consultora do Sebrae/PR, Carla Selva, a formalização representa uma oportunidade para acessar mercados e adaptar produtos e serviços conforme a demanda atual. “O setor de alimentação se adaptou rápido. Há diversos empreendedores que aderiram a assinaturas mensais, estão entregando produtos orgânicos, minimercados estão entregando nos bairros. São oportunidades de adaptações em mercados que já existem, mas com mais chances de sucesso com a atividade formalizada”, exemplifica. Carla destaca que neste momento as pessoas estão mais seletivas, mas não deixaram de consumir. “O MEI é uma porta de entrada para quem sempre quis ter o próprio negócio. É uma forma simplificada e rápida de começar. Ao formalizar uma atividade ou iniciar algo novo, é preciso focar na necessidade do cliente, estudar bem os preços. O consumidor está selecionando melhor o que vai comprar”, frisa a consultora.