Aos 8 anos o Nicolas Garcia Loppnow foi diagnosticado como autista de suporte 2, com superdotação voltada para áreas de exatas como física e astronomia. A mãe dele, Rubiane Garcia Loppnow começou a procurar terapias para o filho e foi a psicóloga que deu a ideia de vender chocolates para ajudar o Nicolas a estabelecer contato com as pessoas.
“ A psicóloga deixou ele vender pirulitos de chocolate na clínica e até pagava o doce para os pacientes que não tinham condições financeiras”.
Foi assim que ele aprendeu a lidar com dinheiro, cartão, encomendas e, o mais importante, ainda perdeu o medo de falar com as pessoas. Com o sucesso das vendas, a Rubiane decidiu dar um passo a mais vendendo trufas. Adaptou algumas receitas e o Nicolas, teve a ideia de colorir as trufas ao pintar uma tela para desenvolver a coordenação motora.
“Ele não gosta de pintar a tela ou desenhos, mas o chocolate ele gostou e assim adaptamos a terapia para o chocolate e ainda criamos um produto novo”.
Enquanto lidava com as terapias para o filho, a Rubiane foi diagnosticada com fibromialgia, neuropatia metabólica, artrite e artrose com lesão medular.
“Meu diagnóstico demorou mais de um ano, fiquei praticamente dependente. Hoje quase não consigo andar sozinha ou ficar muito tempo em pé. Quando a síndrome ataca, preciso de muleta para caminhar e devido a lesões espontâneas também uso órtese ( aparelho de correção ) nos pés e nas mãos”.
Quando o corpo da Rubiane paralisou e ela teve que ficar dois meses na cama, com muitas dores e sem conseguir se mexer, veio a depressão. A produção de trufas foi essencial para superar mais esse momento difícil e hoje é o que ajuda a família, que mora em Paranaguá, no litoral do Paraná, a custear o tratamento da Rubiane e ainda o deslocamento da mãe dela que teve que amputar as duas pernas por causa do diabetes.
Mesmo com todas as dificuldades, a Rubiane consegue manter uma rotina intensa de trabalho e terapias para ela e para o filho. Como não pode se movimentar muito fica mais na parte administrativa da pequena empresas de trufas, que tem clientes fixos e ainda atende por encomendas.
Quando não está na escola,o Nicolas ajuda na produção e está sempre de olho pra ver se o pai e a mãe fizeram a pintura da trufa de forma correta. Nos dias que não tem terapia, ele mesmo faz esse trabalho. E por falar em resiliência e força de vontade, a Rubiane que já tem a formação de técnica em meio ambiente e segurança de trabalho, atualmente faz a faculdade de sociologia.
“Nos dias de terapia do Nicolas perco a primeira aula, mas faço reposição de conteúdo de forma remota”
As dicas da Rubiane
-Amor! Você precisa amar o que faz pois tem dias em que você vai precisar do amor para manter a determinação
-Fé! Você precisa acreditar no que faz e saber aonde quer chegar
-Determinação! Para quando tudo der errado, você ter forças para continuar, recomeçar e estar sempre aprendendo
A Rubiane participa do Projeto Nanoempreendedoras da Alimentação - Paranaguá.
O projeto recebe investimentos da Fundação Cargill , tem apoio da Secretaria de Assistência Social de Paranaguá e é desenvolvido pela Plataforma Nobis.