A história de vida da Juliana Cidali começou a ser reescrita depois de um grave acidente onde ela perdeu praticamente toda a família. Um caminhão passou por cima do carro onde estavam a mãe, o pai, a sogra, a tia e uma sobrinha. O pai da Juliana chegou a ser arrastado por 40 metros. Somente ele sobreviveu, mas com diversas sequelas. Formada em Letras, ela dava aulas em escolas de regiões periféricas de Curitiba e precisou parar para cuidar dele. Foram 90 dias no hospital e mais 5 anos cuidando do pai em casa, como se fosse um filho.
Ela estava fragilizada e muito triste e para evitar de tomar remédios e ficar dopada cuidando do pai, decidiu fazer algo que ocupasse a mente e não prejudicasse a saúde. Começou a montar bijouterias como uma fuga, para curar essa dor emocional profunda e, aos poucos, a atividade foi se tornando algo mais sério. Quando engravidou, mais uma vez teve que tomar uma decisão em relação ao trabalho.
“Queria algo que pudesse conciliar com os cuidados com a minha filha e assim nasceu a minha marca”
O nome Preta Fina nasceu das lembranças que a Juliana tem da mãe dela falando sobre racismo
“ Minha mãe me explicou que era algo que as pessoas me machucavam, com atitudes e palavras e que não era pra eu deixar de responder, mas que fizesse sempre com educação, mesmo que a agressão fosse grave, pois as pessoas que machucam esperam essa reação para nos acusar, para dizerem que os ruins somos nós. Responda sem gritar, sem grosseria, seja uma Preta Fina. Não quero nunca ver seu nome associado a brigas. Então só obedeci e registrei”
A marca existe oficialmente desde 2017 e se tornou a principal renda da Juliana que vende em feiras, algumas lojas e salões de beleza.Para se destacar, ela diz que aposta em peças étnicas que misturam materiais como barbante, coutro, metal e resinas. E para enfrentar a concorrência, que segundo a empreendedora nem sempre é leal, ela está sempre estudando as novas tendências.
As dicas da Juliana
-Eu diria para quem está começando,que não é fácil e que o segredo é não desistir, pois tem uma fila esperando que isso aconteça,
-Tem dias que você vai vender muito, outros não vai vender nada e nem por isso você é menos empreendedor. Vai perceber também que para te motivar tem muitos, mas para apoiar nos momentos em que as coisas estão ruins são poucos.
- O negócio é acreditar no seu potencial sempre e ter fé que as coisas boas uma hora vão chegar.
Histórias de sucesso
