A Alessandra Nunez Lanzoni Privado acabou criando um serviço que é um
Plano B para pessoas da terceira idade, que não teriam condições para ir até uma academia sem depender de um filho ou um neto. Ela busca em casa os alunos para caminhar no parque ou para se exercitar em sala de aula.Bom para eles e para ela, que garante assim o sucesso da ideia de abrir um espaço para atividades físicas e convivência de idosos.
Logo no começo da faculdade de Educação Física, a Alessandra, que tinha sido tri-atleta, acabou se envolvendo em um projeto de atividades físicas para idosos. Talvez por isso um amigo lhe pediu para que ela atendesse a avó dele em casa. A Dona Adelina, uma pessoa de 80 anos saudável e ativa, foi a primeira aluna e a motivação para a Alessandra ir atrás de mais informação sobre esse público. Foram 8 anos de experiência profissional e pessoal. "Além de ajudar com os exercícios me tornei amiga,de vez em quando ao invés de fazer aula íamos no cinema. Acabei criando um vínculo muito forte".
Quando terminou a faculdade ela já tinha certeza do que queria fazer e aproveitou uma pós-graduação em Gestão, para fazer o Plano de Negócios para o espaço.Como o investimento era alto,a Alessandra começou aos poucos. Primeiro criou o Viva Parque. Buscava as alunas para caminhar pelos parques de Curitiba. Se o tempo estava ruim, o que é comum na Capital do Paraná, usava a sala de uma academia, onde dava aula, para realizar as atividades.
Depois de um tempo conseguiu abrir junto com a mãe dela o Vivere Bene, que tem o transporte dos alunos como diferencial. "A logística é muito complexa mas vale a pena". Com a experiência do dia a dia, a Alessandra percebeu que os alunos não precisavam só de atividade física e foi aumentando a oferta de aulas como música, artesanato e até oficina de memória. "A convivência entre os idosos é tão importante quanto a atividade física porque tem a troca. As reclamações são as mesmas,os problemas também. E eles também compartilham as coisas boas que viveram e que vivem".
Alessandra observa que aquele idoso que no começo é desconfiado e que não gosta de mudar a rotina acaba se tornando um cliente fiel. Aliás, quem me indicou essa pauta para o blog foi a minha avó a Joaninha ( na primeira foto do post), que aos 84 anos, é uma das alunas dedicadas, que faz questão de participar de todas as atividades. A professora diz que não se imagina trabalhando com outro público e o retorno dado pelos filhos dá a certeza de que está no caminho certo. "Muitos comentam que até em casa o relacionamento melhora".
As dicas da Alessandra
-Para chegar a esse público você precisa ter acesso aos filhos porque os idosos nem sempre estão na internet, por exemplo. E quem toma a decisão é mesmo o filho. Então o apelo de divulgação deve ser para o filho e para o neto não para o idoso.
-As pessoas dizem que é preciso ter paciência com idosos, mas a única coisa que ele precisa é de atenção, tem que estar disposto para quando estar com ele ouvir o que está dizendo. Tem que se importar de verdade.
-Facilite o acesso. Nós decidimos buscar e levar. O que quer que você vá vender ou oferecer pense sempre em como facilitar o acesso desse idoso seja indo até ele ou trazendo ele pra você.