O engenheiro de alimentos José Roberto Campanelli, construiu uma carreira diversificada e bem-sucedida, com passagens por negócios de fast food e joalheria, além de experiência em vendas em uma empresa de corretagem de algodão e fios têxteis.
Sempre atento às oportunidades, o empresário identificou uma carência significativa no mercado de serviços domésticos ao enfrentar dificuldades para encontrar uma diarista. “Ficava pedindo indicações, os horários não batiam, foi bastante difícil. Justo em um momento que minha casa estava em obras”, conta Campanelli. Inspirado nesse episódio, ele fundou a Mary Help em 2011, a primeira rede de franquias de intermediação de serviços domésticos do Brasil. A empresa foi criada para intermediar, de forma segura e prática, serviços de limpeza, faxina, cuidados com idosos, babás, entre outros.
O sucesso da Mary Help foi imediato em São José do Rio Preto, cidade de residência de Campanelli. Já no final do ano de sua criação, a empresa ingressou no ramo de franchising, com as primeiras unidades franqueadas iniciando suas operações em 2012. Ele, que até então conciliava diversas atividades, dedicou-se exclusivamente à Mary Help dois anos após sua fundação.
A Mary Help conquistou quatro prêmios da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e hoje possui 164 unidades franqueadas em todas as regiões do Brasil. A empresa se destacou no setor de limpeza e conservação, inspirando o surgimento de um novo segmento de mercado, posteriormente copiado por outras empresas.
Segundo José Roberto, muitos pensam que para empreender é necessário ter grandes ideias nunca imaginadas por outros.
“Acredito que as pessoas podem empreender trilhando caminhos já percorridos por outros desbravadores em vários segmentos de negócios, usando para isso o benchmark (imitar os negócios bem-sucedidos e, se puder até melhorá-los) buscando para isso adquirir conhecimentos específicos na área (próprios ou através de outras pessoas que venham se somar ao seu time)”, diz.
Mas o empreendedor lembra que muitos, têm por característica pessoal, grande capacidade de observação dos fatos, uma certa indignação com as “dores” do dia-a-dia e criatividade para buscar soluções que resolvam aquele problema.
“Quando uma pessoa se encaixa nesse segundo perfil, pode criar inovações que podem abrir frentes inéditas de negócios”,ressalta.
Em qualquer uma das possibilidades, ele diz que o empreendedor pode falhar se não seguir algumas dicas:
- Planejar – estude o mercado aonde irá se inserir, reunindo o máximo de informações possível e tendo certeza de que o serviço ou produto que você tem para oferecer irá ser valorizado pelos futuros clientes e satisfazer os diversos atores que irão participar do negócio na sua cadeia de valor (fornecedores, colaboradores e clientes). Os negócios perenes são aqueles em que todos ganham.
- Ter iniciativa – é necessário vencer a inércia e superar o medo para iniciar os projetos. É importante ter medo para não cometer grandes erros no processo e trabalhar no planejamento, mas é preciso ter mais coragem que medo para dar o primeiro passo. Não ter medo do desconhecido.
- Aceitar o bom como ponto de partida e trabalhar no aprimoramento contínuo depois. Na busca de ter o ótimo muitas pessoas ficam pelo caminho e não iniciam nada. Ao iniciar é importantíssimo, portanto, considerar que “o bom é inimigo do ótimo”. Isso quer dizer que, salvo questões críticas, as pessoas podem iniciar um negócio que não esteja na sua excelência, porque ao longo do processo tudo pode ser melhorado. Há um ditado que recomenda a filosofia traduzida na sigla em inglês KISS – keep it stupidly simple – mantenha o simples, principalmente para iniciar.