Empresárias apostam em roupas infantis que não determinam gênero

17 de janeiro de 2017 por Vanessa Brollo

A Marina Ribeiro e a Luisa Piechnik (mãe e filha), têm uma loja virtual de roupas infantis. Mas no site não tem nada que indique o que é roupa para menino ou para  menina. Não definir o gênero é o diferencial das empresárias e tudo começou com uma necessidade da própria Marina. Mãe de três meninas a Luisa, a Marta e a Paula, a Marina só encontrava roupas com as cores rosa, branca ou lilás. “Cheias de enfeite, algumas vezes com paetês! Nada a ver com as crianças cheias de vida, dispostas a subir em árvores, correr no quintal e se enrolar com os cachorros que moravam em minha casa”. E, segundo ela, o mesmo problema se repetia com sapatos e brinquedos.  A Marina já tinha tido uma confecção e trabalhou um tempo com cargo comissionado em uma prefeitura da região metropolitana de Curitiba, até que decidiu partir Plano B com uma confecção de roupas diferenciadas para crianças.  Segundo a empresária, a pergunta : “É para menino(a)?” ainda é recorrente. “Mas muitas vezes encontramos depoimentos como esse: "fiquei cativada assim que vi que não tem a separação por gênero". Devagar estamos nos posicionando e conquistando quem já tem a nossa visão e até quem não tem”.  

Ela e a filha confeccionam as peças e, apesar da dificuldades principalmente agora em tempos de crise, a empresária se motiva quando recebe o retorno positivo dos clientes. Como da moça que comprou um body do Bazinga (mote do Dr. Sheldon Cooper da série TBBT) e que depois mandou a foto do bebê dela mamando e vestindo o body. Ou dos trekkies que mandam fotos .

“Quando eu estou desestimulada, a um passo de dizer basta. De fechar a porta e nunca mais olhar para trás, acontece alguma coisa deste tipo, algum depoimento, alguém que escreve elogiando e isso me dá o maior gás!”

Como é apaixonada pela internet a Marina não teve dúvidas de que optaria por uma loja virtual, mas ela diz que são muitos os  desafios. “Tenho que atender todas as pontas: e-mail, anúncios, mídia, post em rede social, acompanhar rastreio nos correios, tem que ter fotografia bonita, escrever no blog... enfim, as demandas são inúmeras e todas necessárias no mesmo nível de importância”. Outro desafio no dia a dia é trabalhar em família. Neste caso o principal cuidado é separar muito bema s coisas."O que é da empresa, é da empresa, o que é da família é da família. Gosto da proximidade que construímos e da cumplicidade que se desenvolve. Mas brigamos muitas vezes, claro! O mais importante é respeitar locais, horários e opiniões”.

As dicas da Marina

- Para empreender é preciso ter paciência e perseverança. Não acontece rápido, não é mágico, é como montar um castelo de tijolinhos. Um sobre o outro, um a cada dia. Uma hora cai tudo e é preciso ter força para reconstruir. A vantagem é que a cada reconstrução a gente faz melhor e melhor, mas é preciso já contar com isto desde o início. Desde que começamos com a loja, acompanhamos tantas outras que abriram e fecharam porque os empreendedores esperavam uma resposta muito mais imediata, que não aconteceu.

- Ao abrir um negócio, é preciso ter um propósito. Não apenas vender serviços ou produtos. É preciso que exista uma função maior para que as pessoas tenham a oportunidade de se envolver. Esse envolvimento vale para os clientes, parceiros, colaboradores. No ambiente virtual é bom desenvolver autoridade antes de investir. Assim, quando o negócio se iniciar, já existe um público desenvolvido. Essa é uma coisa que não fizemos e devíamos ter feito. Criado um público primeiro, para abrir a loja depois. Isso é mais fácil de ser feito no ambiente virtual do que no físico, então é preciso aproveitar.

- Baixar a ansiedade, porque o ambiente é muito dinâmico e muito abrangente. Quando a gente pensa que dominou determinado ponto, já tem duas ou três coisas novas para serem assimiladas. Isso torna o trabalho estressante e é uma particularidade do ambiente virtual. Além de produção, atendimento, financeiro, rh, é preciso estar atento às novas demandas do mundo digital que se alteram todos os dias. Acredito que isto é particularmente penoso para quem é mais velho e educou-se antes da internet. Quando estudávamos as coisas eram mais perenes e a gente se sentia mais tranquilo e mais "especialista" do que hoje. Agora, cada vez que pensamos que aprendemos determinada coisa, aquilo já está próximo da obsolescência. Então, precisamos aprender a "não saber" e buscar acompanhar as mudanças o mais próximo possível.

www.marredeci.com.br

Marré Deci- Partiu Plano B

COMENTÁRIOS
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JHENIFER GARCIA
04 de março de 2022 Responder
Eu conheci essa loja recentemente e fiquei simplismente apaixonada. Comprei uma fantasia para meu bebê é maravilhosa. Sem contar o atendimento... INCRÍVEL
SILVIA
17 de janeiro de 2017 Responder
Conheço as roupas da Marré Deci . Ficam muito lindas e sem dizer que a malha utilizada na confecção, são bem macias. Para as crianças que presenteei , ficaram muito confortáveis e as mães amaram. Parabéns
MARINA
25 de janeiro de 2017 Responder
Obrigada por seu comentário, Silvia! Ficamos felizes que sua experiência tenha sido boa. Um grande abraço!
ELENICE ALVES DA CUNHA
02 de maio de 2017 Responder
Dicas maravilhosas e importante!
7 DICAS PARA TER UM E-COMMERCE DE SUCESSO
06 de julho de 2017 Responder
[…] não exige tanto investimento inicial como uma loja física.  Mas como qualquer negócio , uma loja virtual  exige um bom planejamento e alguns cuidados […]
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