Esse poderia ser um post só com as dicas da Aylla Barroso. A ex-analista de RH, que enfrentou um período de desemprego, está há pouco tempo no ramo da confeitaria, mas tem alguns conselhos importantes para quem está precisando de uma ideia, de uma inspiração. São dicas boas, eu garanto, e estão mais pra baixo, mas calma, antes de correr para o final do post eu preciso te contar a história da Aylla. Formada em Administração de Empresas, ela sempre trabalhou em RH. A paixão por doces herdou da mãe que a ensinou a fazer bolos. Mais tarde a paixão se transformou em hobby. “Sempre que tinha reunião de amigos ou até mesmo para meus filhos, eu fazia bolos, pavês, experimentava ou incrementava receitas “. Apesar de gostar muito de fazer doces, ela nunca pensou em atuar profissionalmente na área e muito menos ser empreendedora. Só que ela perdeu o emprego de analista de RH e quando tentou arrumar outra colocação, veio a crise.
Foram 9 meses procurando uma oportunidade e durante todo o tempo os amigos diziam que a Aylla devia fazer doces , que ela estava perdendo tempo e dinheiro .”Foi através destes estímulos e da necessidade que me deu o click. Por que não?”. Em um mês ela fez pesquisas, providenciou forno, embalagens, comprou matéria prima, decidiu o cardápio.”Uma loucura. Boa! Mas uma loucura”. A Aylla emprestou dinheiro para começar e hoje faz sucesso com bolos, bolos de pote e brigadeiros. Ela diz que só se arrepende de não ter feito essa escolha há mais tempo. Além do faturamento que varia de 2 a 4 mil reais por mês, isso em tempos de crise hein?, ela ainda comemora a oportunidade de ficar mais perto dos 3 filhos. “Antes não conseguia acompanhar a rotina deles por trabalhar demais. Cheguei a fazer mais de 100 horas extras por mês.” Ela também tem o apoio de toda a família e em especial do marido que ajuda na produção, na venda e que já pensa em comprar uma food bike.
Apesar do talento natural para produzir todas essas delícias, a Aylla voltou para a sala de aula, faz o curso de confeitaria do Senac, em Curitiba, e buscou no Sebrae orientação sobre custos, faturamento e formação de preço de venda. Agora sim as super dicas que vão te ajudar.
- Tenha certeza do que você vai fazer e analise se você tem paixão pelo que escolher. É claro que a necessidade num momento de crise fala alto. Mas o caminho é ter amor pelo que se produz, é fazer com alegria. É imaginar a satisfação do seu cliente ao saborear seu produto. Por isso, escolha algo que lhe dê prazer, pois em momentos turbulentos, é essa paixão que te fará forte e capaz de superar crise.
-Tenha foco.Não comece fazendo todo tipo de produto, vá diversificando-os aos poucos, faça experiências, avalie seu público. Defina onde, como e para quem vender.
- Procure auxílio nos custos e de como calcular seu preço de venda. Vejo pessoas leigas no assunto colocando "preço de mercado" para que consiga vender. Esse é um caminho que pode te gerar prejuízo. Seus custos fixos são diferentes dos custos de outra pessoa ou estabelecimento. Conheça a região que escolheu atuar, conheça seus fornecedores. Faça mil cálculos até acertar! Liste todo material que precisará para começar, separe o que é investimento do que é matéria prima. Tenha os preços e a quantidade de cada receita. Depois liste suas despesas, estime seus gastos fixos como água, luz, aluguel (mesmo que esteja em sua casa, estime um valor), material de expediente, de limpeza. Veja seu negócio como uma futura empresa.
-Definido isso, procure saber como calcular seu preço de venda, para que você saiba quanto realmente é o lucro. E prepare-se: você pode se assustar ao perceber que estava fazendo alguns cálculos errados. Mas sempre é tempo de reverter.
- Procure auxílio do Sebrae. Mesmo que você ache que o início não requer tanto estudo, procure serviços especializados em orientar o empreendedor. Sebrae, Prefeitura, dentre outros, oferecem gratuitamente esse auxílio. Isso ajuda muito a dar uma visão do negócio. Eles oferecem também cursos com valores baixos que dá para investir e acredite: não é dinheiro jogado fora.
- Busque aperfeiçoamento. E quem disse que "ter talento" basta? Não! É preciso estudar muito, procurar cursos na área a todo momento. Técnicas e mais técnicas são aperfeiçoadas em cursos de culinária, gastronomia ou confeitaria. E não é só isso que se aprende. Matérias como saúde e segurança alimentar, responsabilidade social, disposição das suas coisas da cozinha, local de armazenamento, validade e como manipular os alimentos são alguna dos assuntos abordados. Tudo é válido. Locais como o SENAC oferecem algumas vagas gratuitas em todos os cursos abertos. Basta se inscrever e aguardar a seleção.
- Dedicação.Tenha em mente que não é fácil. Ao contrário, é dificílimo!! Fazer um produto com qualidade, preço justo e de aceitação exige esforço grande e contínuo. Por isso determinação e persistência são palavras que deverão te acompanhar diariamente. É realmente " matar um leão por dia".
- Siga em frente.Se depois de fazer tudo, de buscar todo conhecimento,de conhecer novas histórias você ainda quiser entrar nesse mundo da Confeitaria, siga em frente! Sabendo a realidade financeira e tendo certeza que é isso que te faz feliz,o caminho torna-se mais prazeroso.