Antes que você comece a ler essa história, deixo aqui os meus sentimentos à família e aos amigos da Celoni. Ela morreu por complicações de Covid, em 2021. Eu tive a chance de entrevistá-la pessoalmente. Tinha uma energia contagiante e uma inspiração para quem estava próximo dela. A história dela vai ficar pra sempre aqui no blog e eu espero que continue inspirando muitas pessoas.
Até chegar ao cargo executivo no Grupo Gerdau, a Cleoni Tomazela trilhou um longo caminho. Ela é a filha número 9 de uma família de origem italiana de 11 filhos. Cresceu em uma propriedade rural na cidade de Iporã, no interior do Paraná. Saiu do sítio para trabalhar como empregada doméstica e fazer a faculdade de Administração de Empresas. Já no segundo ano conseguiu deixar o trabalho doméstico. Até que em 1990 entrou no Grupo Gerdau e lá ficou até 2017. Começou como auxiliar de escritório até chegar a ter um cargo executivo, a gerência, o cargo máximo de uma unidade de vendas da empresa. 27 anos de uma carreira de sucesso, ela poderia ter se aposentado por lá mesmo, mas queria mais. Em paralelo ao trabalho de executiva, a Cleoni dava aulas em universidades e fazia palestras motivacionais. “Eu sempre comparava meu prazer nessa segunda função. Quando completei 50 anos de idade foi que bateu forte o desejo de partir em definitivo para o Plano B. Motivada pela vida que estava passando rápido demais e eu estava consumindo 8, 9h do meu dia numa atividade extremamente estressante”. Ela demorou dois anos para tomar a decisão definitiva e a principal preocupação era como viver sem salário fixo. A Cleoni fez uma reserva financeira. “Se tudo desse errado eu teria como manter meu padrão de vida por pelo menos dois anos. Além disso, enquanto tinha salário fixo eu reforcei minha participação nas aulas e profissionalizei minha carreira de palestrante, que é hoje meu carro chefe”. As palestras da Cleoni têm o objetivo de impulsionar pessoas a alcançar seus objetivos, "porque se eu consegui chegar onde cheguei você também consegue”. Além das palestras, ela é professora em três Universidades para cursos de Pós-Graduação, incluindo FGV que é uma das mais respeitadas em MBAs e Pós-graduação em gestão. Casada e com uma filha de 16 anos , hoje a Cleoni desfruta de pequenos prazeres como almoçar com a filha. “Você poder ir almoçar com ela e a galera dela no restaurante perto da escola onde ela sempre almoçou e você nem conhecia onde era? Não tem preço”. E como não gosta de acordar cedo, ela também se dá ao luxo de acordas as 10 da manhã e só marcar compromissos após o almoço. As palestras, quando viaja para fora de Brasília, marca sempre para uma quinta-feira, assim já fica no final de semana para conhecer a cidade e fazer turismo. "Como executiva de uma multinacional isso nunca seria possível. Você sempre tem que voltar correndo para atender a infinidade de demandas que o cargo exige. Ou ainda, se estava numa praia estava respondendo e-mail ou outras demandas pelo celular.”
As dicas da Cleoni
- Escolha fazer o que te dá prazer. Se você ama mais o seu Plano B que seu Plano A, pense o quanto você pode ganhar em todos os sentidos (motivação, qualidade de vida) fazendo aquilo que gosta. E.... depois de tomada a decisão esqueça o que deixou para trás. O maior pecado aqui é ficar na comparação do “e se....”. E se eu tivesse ficado... e se eu tivesse optado por outra coisa...
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