A Giovanna Barducco trabalhou por 12 anos como publicitária passando por agências em Curitiba e São Paulo, além de atuar no marketing corporativo. Apesar de sempre ter boas oportunidades na profissão ela confessa que carregava um certo incômodo.
“Faltava algo que me representasse mais de verdade”, conta.
A virada de chave aconteceu depois de uma demissão. Ela tinha passado por uma cirurgia, mas como era PJ nem se deu ao direito de descansar e já voltou às atividades. Poucos dias depois foi desligada.
“Não foi um processo sofrido, porque eu já vinha me sentindo exausta e com a sensação de que era hora de olhar pra mim com mais cuidado e pra esse incômodo que eu carregava há tempos”, diz
A partir disso, ela teve certeza que voltar para a área não seria um caminho honesto consigo mesma.
“Eu estaria indo contra o que meu corpo, minha mente e minha intuição já estavam tentando me mostrar e redirecionar”.
Sem pressa e com tempo para se reconectar, Giovanna mergulhou em atividades manuais – algo que sempre a atraiu. Fez cursos de sabonetes, bijuterias e até tarot, mas foi na arte têxtil que encontrou sua paixão.
"Fiz 11 cursos em 40 dias", lembra. "Quando descobri as possibilidades do tear manual e do fiber emballage, fiquei obcecada." Assim, nasceu o Studio Avelã, seu ateliê de criações autorais, onde explora cores, texturas e efeitos visuais em peças únicas para decoração e exposições.
“Minha arte é voltada para a decoração de ambientes e também para exposições. Gosto de explorar as cores e as sensações que as obras provocam. Eu tenho focado muito em efeito visual também, então procuro criar obras grandes e impactantes”, explica.
A transição não foi fácil. Giovanna assumiu um risco financeiro real, já que sua renda diminuiu significativamente.
“Além disso, como empreendedora solo, preciso conciliar a produção artística com gestão financeira, redes sociais e vendas”.
Mas os frutos são doces: hoje, suas obras estão em cidades como Florianópolis, Salvador, Rotterdam (Holanda) e Rio de Janeiro. E, mais importante, ela se sente finalmente em paz.
"Voltei pra mim. Meu corpo reagia ao estresse da vida corporativa com alergias e cansaço. Hoje, me sinto leve, lúdica e absolutamente feliz."
As dicas da Giovanna
- Escute seus desejos.
Se tem algo dentro de você que desperta uma excitação diferente, observe, acolha e aprofunde. Depois disso, vá testando. Você não precisa ter indícios ou histórico para explorar um novo caminho. Eu, por exemplo, nunca tinha tido contato com o têxtil antes, fui pesquisando, me encantando e me permitindo.
- Entenda o seu nicho.
Pesquise o mercado, os movimentos, suas inspirações/referências e os diferenciais. Isso vai te ajudar a construir sua identidade e entender melhor onde você quer chegar. Saber o que está acontecendo ao redor te dá força pra seguir firme no que você está desenvolvendo e, consequentemente, te ajudando a não desistir com facilidade.
- Acredite no que está fazendo.
Empreender é desafiador, e sim, às vezes a gente se questiona. Mas é preciso acreditar. Muitas vezes me vejo investindo em materiais ou equipamentos que são grandes passos e, logo em seguida, penso: “É isso. Eu acredito mesmo no que estou fazendo e em onde quero chegar”.