Como as startups podem ajudar a prevenir doenças?

23 de junho de 2022 por Vanessa Brollo

Os avanços tecnológicos e o uso da inteligência artificial vêm mudando a forma como as pessoas se relacionam, trabalham e cuidam da própria saúde. Há alguns anos, pouco se falava sobre cirurgias e consultas à distância. Hoje, porém, o cenário é totalmente diferente.

Dados de um levantamento realizado pela IBM em parceria com a Morning Consult apontam que quase metade das empresas brasileiras de diversos segmentos, inclusive, saúde e finanças, já aplicam a Inteligência Artificial (IA) de alguma forma nos negócios. Ainda segundo a pesquisa, de fato, a pandemia acelerou o processo de implementação desta tecnologia e de outras de automação, especialmente, quando o assunto é atendimento ao cliente. Mas não só isso. O uso da inteligência artificial como um todo tem influenciado a saúde das pessoas inclusive no que diz respeito à prevenção.

A Truvio, uma startup brasileira que utiliza a inteligência artificial para identificar quadros de saúde mais graves.


“Entre outras coisas, fazemos um trabalho de coleta de dados dos colaboradores das empresas que atendemos com a finalidade de ajudá-los antes que algum pequeno incômodo se torne algo grande”,

explica Mauro J. Silva Jr, médico e fundador da Healthtech.

Na prática, a startup atua em duas pontas. A primeira, ao evitar que as pessoas desenvolvam problemas de saúde mais graves. A segunda, ao atuar na prevenção, ajuda na redução de custos com planos de saúde. Muita gente não sabe, mas os reajustes levam em conta a utilização do convênio, sobretudo, em serviços de emergência, geralmente os mais caros. Hoje, no portfólio da empresa estão serviços como o Saúde 360, que ajuda a otimizar custos com planos, o Saúde Digital, que ajuda os funcionários com atenção médica primária. 

Segundo Christopher Coburn, responsável pela área de inovação do Mass General Brigham, uma das principais empresas de pesquisa acadêmica do mundo, hoje nos beneficiamos de investimentos que foram feitos nos últimos 30, 40 anos. Para ele, o direcionamento de recursos para o setor no passado criou as condições para o desenvolvimento de ferramentas que só podem ser acessadas hoje, como terapias genéticas e o uso da inteligência artificial na prevenção de doenças. Em resumo, o executivo acredita que por meio da pesquisa, será possível antecipar diagnósticos em dez anos.  Na América Latina, o uso deste tipo de tecnologia é um grande desafio. O ritmo de crescimento da utilização tem aumentado, mas, no Brasil, somente 37% dos negócios utilizavam algo nesta linha até 2021.  De acordo com Mauro, da Truvio, este é um cenário que tem mudado. No dia a dia da startup, o médico conta que cada vez mais companhias, corretores e pessoas têm aderido ao uso de tecnologias como um meio de tornar a saúde mais acessível e eficiente.