Foram duas grandes encomendas uma perto da outra. 3.500 tsurus (pássaros de orgimai) para uma rede de cemitérios, de São Paulo, e mais mil tsurus para um batizado. Duas provas de fogo para Naihara Omura Stresser, que Partiu Plano B fazendo origami. Como ela deu conta de atender essas encomendas e o que ela aprendeu com a experiência eu já te conto, mas antes saiba como tudo começou. A Naihara é formada em tecnologia estética e imagem pessoal e durante 5 anos trabalhou em clínicas e spas. Uma amiga que ia se casar sabia que ela fazia origami como passatempo e encomendou tsurus para lembrancinha de casamento. Como esteticista, a Naihara não estava se sentindo realizada e nem útil.
“Sentia que faltava algo”
Como ela adorou fazer os tsurus, começou a pensar em vender origami. Criou uma página no facebook ,foi postando o que produzia, até que tomou coragem e pediu demissão do emprego. Ela criou uma loja virtual, participou de bazares e começou a fazer outras peças com a técnica de origami. Mesmo assim, a que mais vende é mesmo o tsuru e peças relacionadas a ele como móbiles e arranjos de mesa. O tsuru é uma ave sagrada no Japão e tem um significado muito positivo. “Para os orientais significa paz, prosperidade e vida longa, acho que é por isso que é o que mais vende”, diz Naihara. E foram as grandes encomendas de tsurus, que eu comentei no início, que ajudaram essa jovem empreendedora a levar o trabalho ainda mais a sério. Para conseguir entregar tudo dentro do prazo ela contratou amigas, pediu ajuda da família, dormia tarde, acordava cedo e mal parava pra comer. Mas diz que valeu a pena e não só financeiramente.
“Foi importante para aprender a organizar horários, prazos e como negociar com os clientes, pois nunca havia recebido encomendas de grande porte. Hoje me sinto mais preparada para realizar grandes trabalhos e negociar prazos com clientes”
Um dos planos da Naihara é abrir uma loja física para mostrar o trabalho para os clientes mais próximos. Além disso, ela comemora o fato de fazer o que gosta.
“Me sinto muito feliz a cada origami novo que aprendo a dobrar e pela oportunidade de levar algo belo para enfeitar e alegrar o ambiente e os eventos das pessoas”
As dicas da Naihara
-Organização é essencial. Trabalho em casa, tenho um armário onde organizo todos os materiais e a mesa da sala é meu escritório e ateliê. Tenho um cronograma de atividades profissionais e pessoais para realizar os afazeres e tento aproveitar o máximo o tempo disponível. Procuro fazer pesquisas sobre novos origamis, notícias e videos sobre o tema, e aprendo novas peças.
-Planejamento é tudo! Fiquei 1 ano perdida, sem me organizar direito, e é muito mais difícil quando não temos um objetivo para alcançar, ficamos igual baratas tontas, de um lado pro outro sem chegar a lugar nenhum. Planejar e organizar o que temos para fazer e o que pretendemos alcançar é o que nos faz crescer profissionalmente. Tenho compromissos religiosos também, pois sou membro de uma religião oriental, onde ajudo com algumas atividades lá, e assim tenho mais tempo para me dedicar à parte espiritual, que me ajuda muito a conduzir a vida de forma mais leve. Hoje também consigo fazer inglês e atividade física. Mas no começo eu não sabia administrar muito bem meu tempo livre, hoje estou organizando melhor, fazendo planejamentos.
-Outra dica é fazer muitas pesquisas sobre gestão financeira e empreendimentos. Se tem um emprego fixo vá se desligando aos poucos, mas já se organizando com a nova área que pretende trabalhar. Também fiz cursos sobre vendas e planejamento, pesquisei sobre gestão do tempo. Essas informações estão me ajudando a organizar melhor e visualizar o futuro profissional. Consultar um coach também ajuda muito, nos dá outra visão sobre a profissão.
-E uma dica muito importante é se sentir feliz e motivado com o seu trabalho. Sem alegria tudo fica sem graça e sem sentido. Quando fazemos algo que nos deixa feliz, nosso trabalho reflete o bem para as pessoas. www.elo7.com.br/artomura