Como artista plástica a Eliane Martins produzia intensamente.Foram 17 anos de muita dedicação e ela chegava a pintar 3 telas por dia. O trabalho ganhou reconhecimento também fora do Brasil. A artista tem telas espalhadas em mais de 20 países . Mas a Eliane começou a ter muitas dores. Um tipo de tendinite a obrigou a reduzir o ritmo e aos poucos foi parando de pintar.
Como as contas continuavam chegando, ela teve a ideia de complementar a renda fazendo cup cakes em sociedade com uma das filhas dela. Só que no início de 2015, a filha mais nova da Eliane morreu, aos 23 anos de idade. Ela teve complicações por sequelas da diabetes. E foi a filha que morreu que acabou sendo a inspiração para a Eliane começar um novo negócio. “Antes de falecer nós conversávamos sobre como seria divertido ter uma van com uma loja e poder estar sempre em movimento”.
Já desejando mudar o rumo da vida e precisando se ocupar para superar o luto, a Eliane começou a pensar seriamente em ter uma loja dentro de uma van. Ela me contou que as coisas foram acontecendo. Primeiro apareceu a oportunidade de comprar o veículo, depois decidiu apostar em um conceito no qual acredita que é o movimento Slow. “É uma tendência mundial de reduzir a velocidade, reduzir o ritmo, buscando ao mesmo tempo mais qualidade de vida. Eu penso que estamos tentando resgatar nossos valores que se perderam em tanto consumismo, que acaba gerando uma grande insatisfação". A ideia do brechó se encaixa neste conceito pois o objetivo é que as clientes tenham comodidade para escolher as peças em suas casas ou em feiras. " Tudo com tranquilidade, de uma forma descontraída, junto com as amigas. É uma festa". Ver as clientes assim em um momento divertido é uma das melhores recompensas para a Eliane. "Sem falar sobre as questões ecológicas, é claro, que são fundamentais a partir do reuso de peças que seriam descartadas.
Ela também trabalha com um rigoroso critério de seleção onde o estado da roupa deve estar perfeito. "Eu até brinco dizendo que se não serve para mim, não serve para mais ninguém”.Em menos de 6 meses já participou de 12 feiras e o resultado, segundo a Eliane, são muitos rostos felizes de mulheres que encontraram tudo que buscavam. Ela também investe em um atendimento individualizado para conquistar as clientes.
-O mundo nos oferece milhões de possibilidades, estamos constantemente escolhendo.
- A ousadia de arriscar por novos caminhos é enriquecedora, sempre cheio de desafios, mas a cada um deles você se sente mais forte e mais capaz.
-No caso especifico do brechó, não basta comprar roupas usadas e colocar num cabide, o processo é bem mais detalhado, cada peça deve ser tratada, como se fosse para o seu próprio armário.Ai sim o cliente sente este respeito, e seu trabalho será reconhecido.