Há alguns anos eu estava passeando por uma feira de artesanato, aqui em Curitiba, quando me interessei por um estande de acessórios todo colorido, com faixas e outros acessórios para o cabelo. Parei para dar a tradicional olhadinha, mas acabei comprando. Não só porque gostei do produto, mas também pelo atendimento. A jovem artesã me contou em detalhes como foi feita a tiara, destacou a qualidade do material....Ao mesmo tempo uma senhora simpática me explicou como usar, me ajudou a experimentar, me emprestou um espelho, ou seja, fui conquistada por essa dupla que descobri na conversa serem mãe e filha. Eu estou falando da Meroly Felizardo, ou Mel, e da Vera Alice Lucio .
Quando comecei a me envolver, como jornalista, no mundo dos empreendedores é que percebi que a Mel continuava firme com a empresa. Junto com a mãe, ela participa de feiras em todo o Brasil e ainda organiza bazares para incentivar outros empreendedores a ganharem cada vez mais mercado.
Segundo a Mel, o artesanato sempre esteve presente na vida dela. “Cresci vendo minha mãe costurar e por um tempo fizemos bijuterias para vender. Mas antes eu trabalhava como vendedora e minha mãe com telemarketing”.
Em um período que estava sem emprego fixo, a Mel procurava alguma coisa para ocupar o tempo, quando se encantou com uma almofada feita com fuxicos na vitrine de uma loja de artesanato. “O curso era muito caro e por isso procurei tutoriais na internet. Foram muitas tentativas até conseguir finalizar uma flor de fuxico".
No começo, a Mel vendia os produtos de loja em loja e quando a demanda aumentou, a dona Vera, que já era parceira na vida, se transformou em parceira nos negócios. É ela, aliás, a fera na costura.
A marca das duas é a Fu*Chik, uma homenagem àquela almofada, com flores de fuxico, que inspirou a Mel no início, mas hoje elas vendem faixas, turbantes, hairbuns, headbands e agora já tem até vestido de moleton com estampas exclusivas.
A principal dificuldade no início, segundo a Mel, foi a falta de incentivo das pessoas mais próximas, que não enxergavam a atividade como um trabalho.
Superado esse problema, a Mel e a Vera lutam hoje, no dia a dia, para enfrentar a concorrência, nem sempre leal. “Tem muita gente que copia o seu trabalho de forma precária e vende pela metade do valor”. A solução encontrada por elas é apostar cada vez mais em qualidade e inovação para fidelizar os clientes.
As dicas da Mel
- Primeiro tem que amar o que faz. Assim fica mais fácil enfrentar as dificuldades, que não são poucas
- Não desistir e persistir. O trabalho artesanal ainda é pouco valorizado, mas cada elogio é como um combustível para continuar na caminhada
-Definir um foco e tentar ser o melhor naquilo que escolher
- Estar sempre antenada às novidades da área e buscar informações para sempre estar agregando valor ao seu produto.