A engenheira agrônoma deixou o doutorado para ser terapeuta holística

30 de maio de 2017 por Vanessa Brollo

A Joyce Nascimento  se formou como engenheira agrônoma, fez mestrado e começou o doutorado. Ela me disse que tinha certeza que estava no caminho certo e fazendo exatamente o que queria. Mas quando estava no doutorado percebeu que tinha algo errado. “A  vida acadêmica parece linda, pesquisadores dedicando suas vidas para a melhoria do planeta. Mas na realidade é muito diferente, os doutorandos trabalham mais de 16 horas por dia, são horas a fio nos laboratórios, e mais horas de trabalho à campo (no caso da agronomia). Depois do expediente, são horas de dedicação nas disciplinas, leitura de artigos em inglês diariamente, a cobrança constante pelas publicações internacionais, ministrar aulas como prática de docência, e muitos doutorandos, como era meu caso ainda dava aulas em faculdades particulares”. A Joyce começou a se questionar: “a ciência para quem”?, “para quê”?, “se as publicações são internacionais, quem lê”?, “quem tem acesso a esse conhecimento”?  Percebeu que estava  se tornando um robô, ficou deprimida e com gastrite nervosa. “Decidi que não dava mais para viver assim, eu precisava fazer algo para mudar minha realidade”. Partiu Plano B para trabalhar como terapeuta holística.

Ela confessa que teve muito medo, até porque não confiava no próprio potencial, mas no início de 2016 tomou coragem e saiu do doutorado. “Apostei todas as minhas fichas em mim mesma e em um sonho de transformar a realidade das pessoas”.  O marido e o filho da Joyce apoiaram e incentivaram a mudança, mas nem todo mundo entendeu como alguém poderia abandonar o doutorado no terceiro ano, faltando tão pouco para acabar. Mesmo assim ela seguiu o coração e foi em frente. “Conquistei o respeito de todos com calma e dedicação ao meu trabalho, sem tentar agradar ninguém, só meu coração, e isso foi a chave para meu sucesso." Quando fez os cursos de florais e aromaterapia, a ideia da Joyce não era atender as pessoas e sim manipular os produtos. Mas ela percebeu que as pessoas tinham necessidade de conversar sobre seus problemas, tomar um chá e pedir ajuda. “Foi aí que percebi que eu já estava “tratando” os clientes que vinham comprar os produtos . Eu fazia um atendimento sem perceber o que estava acontecendo  e decidi começar a fazer um  trabalho profissional." Além de  atender como terapeuta holística a Joyce também produz biocosméticos 100% naturais, orgânicos, na maior parte veganos e ainda  promove cursos e oficinas . “Em cada curso, oficina ou roda de cura eu busco despertar em cada um o sentido verdadeiro nesta vida, assim como aconteceu comigo, quero que as pessoas tenham liberdade de fazer seu trabalho com amor e se sentirem totalmente realizadas”. Um ano e meio depois dessa mudança radical, a empresária diz que não tem do que reclamar na questão financeira, mas o que realmente mudou na vida da Joyce não se mede em números.“O simples fato de acordar diariamente e preparar o café da manhã para meu filho, curtir a manhã com ele e aproveitar a melhor fase da infância, me alimenta a alma diariamente.Ter tempo para praticar yoga e fazer meditação, ler um livro, coisas simples” . Ela também se emociona com os relatos de mudança de vida das pessoas que usam os produtos que ela faz:  “É quando tenho a certeza de que fiz a escolha certa. Porque era esse o objetivo desde sempre, fazer o outro feliz, simples assim. E hoje eu afirmo com certeza que trabalho para fazer os outros felizes”.

As dicas da Joyce:

-Acredito que primeiramente a pessoa precisa sentir dentro do coração, o que faz seu coração vibrar, a alma pulsar e gritar. Quando isso acontece, sentimos  dentro de nós  uma felicidade sem tamanho, algo inexplicável. Esse é o propósito da alma. Quando alinhamos nosso propósito ao trabalho, o universo conspira a favor, pode ter certeza, as portas vão se abrir e as pessoas certas vão aparecer, é incrível! Por isso não há motivo para ter medo, porque isso só vai impedir seu sucesso.

-Mas para ser empreendedor também não é fácil, precisa ter disciplina, principalmente financeira, abrir mão de qualquer gasto supérfluo, comprar roupas, sapatos, esse tipo de coisa perde o sentido quando nosso dinheiro precisa ser “empreendido”, isso para mim foi maravilhoso, uma libertação total do consumismo, a revalorização do dinheiro.

-E finalmente o estudo, precisamos continuar diariamente nos aprofundando no conhecimento, livros, cursos, oficinas, tudo é válido. E tudo será transformado em “qualidade de produto ou serviço”.

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Foto: Amanda Sartor